Buquê


Eu sempre achei que o pior momento de um casamento era o de pegar buquê. Uma selvageria. Mulheres loucas a ponto de jogar um sapato de salto fino na sua cara para pegar o objeto, que faz o olho delas brilhar que nem fogo! Nunca gostei de ir, mas como tem aquilo de ficarem chamando no microfone, nome por nome das mulheres solteiras, não dá nem pra escapar. Eu sempre fico naqueles lugares que eu sei que ninguém vai pular em cima de mim, nem bater, rasgar meu vestido. Dessa vez eu fiquei lá atrás, a última, sozinha, as outras estavam todas grudadas em um círculo mais na frente. Deus me livre de ficar ali por dentro. O negócio é, eu tava fugindo disso. Não do buquê. Mas de acreditar que alguém pode amar como eu amo. Esse dia já tinha sido bastante especial pra mim, Deus falando comigo através de blogs que apareceram na minha vida, pessoas, entre outros. Não só sobre isso... Quem estava comigo por esses dias, sabe que eu estava sem fé em tudo, sem ouvir respostas de Deus. É tão ruim a gente falar sozinho né? Pois bem, Ele tirou o dia ontem pra me mostrar que não estou sozinha, e que eu devo confiar no que Ele diz, mesmo parecendo impossível aos meus olhos. Voltando ao casamento: Sabe quando a gente chora no casamento quando a gente vê o amor que os noivos sentem um pelo outro? Dessa vez foi diferente... Eu chorei, mais do que em todos os que já fui, mas por um motivo diferente... Eu chorei pois vi/senti o amor de Deus naquele dia! Deus estava tão presente lá, que todos estavam chorando e sentindo Ele! O pastor que estava conduzindo a cerimônia teve que parar em uma hora e chorar também, Ele também estava sentindo a forte presença dEle, não há como ficar indiferente a isso!! Nos alegramos muito! Não é todo dia que acontece uma coisa dessas. Deus estava ali, presente, feliz pois mais um plano dEle estava se concretizando! O Espírito Santo dEle agiu em todos os segundos naquele lugar... Voltando à hora de pegar o buquê: Eu estava de braços cruzados. A interprete estava dizendo pra Layanna que ela tinha que fingir três vezes que iria jogar o buquê, mas que só jogasse depois. Só que a Layanna fez o que ninguém esperava, jogou ele de primeira, e mais forte do que todos podiam pensar que ela podia jogar. Ele estava vindo na minha direção. Dava pra ver que ninguém conseguiria pegar, senão eu. Eu gelei. Não quis pegar. Pensei milhões de coisas ao mesmo tempo. "Eu? Pular pra pegar um buquê? Vai é estragar meus sapatos!" Eu não pulei, nem nada, só fiquei olhando ele vir, me afastei, mais uma tentativa de não pegá-lo. Ele caiu, ficou meio que dizendo pra mim: "Você não me pegou! Eu era seu!" E me lembrei de tudo que Deus tinha falado pra mim. "Ele é meu, esse buquê é meu, apesar de eu não acreditar em superstições, ele veio pra mim pra dizer que eu acredite no amor, só isso.". Um homem veio e pegou, na hora que decidi pegar ele. As mulheres ficaram todas em volta. Eu e o senhor segurando o buquê, e todas esperando a hora de me matar. Eu disse: "Você sabe que ele veio pra mim." Mas o homem queria ficar com ele. Ele deve ter visto minha relutância em pegá-lo. As mulheres já estavam se aproximando mais, mas quando eu olhei, eu vi uma coisa que nunca tinha visto. Elas não estavam mais tentando pegar o buquê... Elas estavam esperando o homem dar ele pra mim, pra comemorar! Nessa hora, ele me deu. E a banda começou a profetizar. Caramba. Eu peguei. Fiquei sem reação. Não sabia mais o que fazer, pra onde ir. Eu estava feliz com meu romance com Deus naquele dia, mas Ele, como sempre me surpreendeu. Eu tinha que desabafar isso. É isso que acontece quando você deixa de acreditar no que Deus tem pra você, seja o que for. O "homem" tenta pegar. Mas Deus em sua misericórdia, não deixa.