Acontece.

Eu não pedi nada em troca.
Não queria que refletisse, nem que imaginasse.
Disse por dizer...
Disse por obrigação.

Eu sou diferente, sou calada, a minha imperfeição é perfeita, pois sou segredo, sou amor, te levaria a altas risadas sem que nem ao menos soubesse nada. Agiria de maneira simples, e complexa, eu sou assim, eu sou mulher.

O pior do conselho é que há um que diz que não devemos escutá-lo. Me perdi nisso. Pois eu sou mais, talvez até contrária a tudo que você pense.

Eu sou inspiração, você é poço profundo. 

E é isso o que acontece: não preciso de parágrafos, linhas, pontuações e estruturas, o que vale é o pensamento.

Chamas.

Nem no mais longe monte, nem no céu adiante, se encontra a flor que encanta e em chamas canta no meu coração.
É a beleza que ensurdece e aquece a minha vida, que me faz sonhar com o jeito dela brilhar.
E eu digo: não me esquece! Mas me entorpece o medo de não estar mais ao lado da mulher, que atrevida se diz tão merecida.
E lá no fundo como um sopro, há uma voz que repete para sempre: gente que é gente ama, não se engana.

Dessa vez eu desenterrei, acho que eu era criança quando escrevi, achei nas minhas caixinhas, mas  esqueci de datar.

Pode ser que...




quando eu estiver com amigos, eu me sinta só...
ou às vezes, estando em família seja pior...
talvez acalentada nos braços de alguém seja como estar envolvida por travesseiros...
Porém, eis que sempre ao ficar sozinha vejo a minha melhor companhia.

Marie Wozniak.

"Pequena Lumina"

Com um pouco de esforço, a senhora foi tateando em meio àquela luz fraca na busca por seus óculos de leitura, enquanto sua netinha se aconchegava entre as cobertas de sua cama, esperando ansiosa para ouvir mais um conto de fadas.
- Vovó, hoje você vai ler a branca de neve pra mim? Eu gosto muito dela...
Um leve sorriso espalhou-se pelo cômodo. A senhora então caminhava em direção à uma pequena estante que guardava vários livros infantis, desde folclóricos aos que nunca ninguém poderia imaginar, livros que somente em uma cidade como aquela é que encontraríamos. O olhar de dona Guilhermina pousou sobre uma velha luminária, escondida dentro de um guarda-roupa entreaberto. Foi ai que teve a certeza que era esse o dia, a hora de revelar à sua amada neta, uma grande lenda.
- Não Amanda, hoje no que irei te contar não haverá nenhum anão, nem princesa alguma, porém será algo que nunca mais você esquecerá.
Os olhinhos da criança logo brilharam de felicidade e ela se preparou para outro mundo, o mundo irreal da fantasia, aquele que vinha de sua imaginação.
- Há muitos anos atrás, houve um casamento entre um lavrador e uma artesã. Naquela época, o dinheiro era difícil e o trabalho era muito, mesmo assim nada impediu a união dos dois. Passou-se o tempo e a mulher começara a sentir dores muito fortes, adoeceu de tal maneira que não podia nem mais tricotar. Estava destinada a viver o resto de sua vida em uma rede. Os médicos vinham de todas as cidades vizinhas e nada tinham a dizer sobre o caso. Alguns meses depois em um longo sono pesado, a artesã conseguiu, depois de vários e vários anos, sonhar. Mas algo incomum à mente dela... Vira uma paisagem que nunca conseguiria imaginar, linda... Um lugar perfeito. Um bosque, verdinho e cheio de flores, com corredeiras de água límpida e animais dos mais exóticos. Ela atentou aos sons que se produziam, o tintilar de pequenos sininhos que não se sabia de onde vinham, a água corrente, e os pássaros, ah sim, os passarinhos! E procurava encantada por um, que veio voando suavemente para perto. Ela franziu a testa tentando entender o que ele parecia querer dizer, aquele maravilhoso passarinho vermelho sangue com azul. Sim, ele cantava de uma bela forma a palavra “luúminaaa”. Quando deu por si, ela viu seu corpo se iluminar, sentiu uma alegria que nunca antes teve, brotando de seu ventre! Então entendeu que dali nasceria uma pequena menina que se chamaria Lumina, que alegraria para sempre o seu coração. Ao acordar toda aquela grande e boa emoção passara, ao sentir pontadas fortes e dores piores do que tivera em todos os dias em que estivera doente. Seus gritos acordaram a vizinhança, que veio em seu socorro, que presenciou ao desfalecimento de seu corpo. Quando voltou a si, seu marido estava ao seu lado segurando sua mão, com o semblante de alguém que chorara muito. Aos poucos começou a ouvir o que se passava, e ouviu o choro de uma criança ao longe.
“- Que se passa? O que me aconteceu? Não sinto mais nenhuma dor!
         - Amor! Que felicidade! Pensei no pior, que nunca mais a veria acordada novamente, me perdoe por tudo! Querida, a verdade é que todas as dores vinham de uma gravidez, que nós nem imaginávamos! É uma linda menininha!”
E trouxeram-lhe a garotinha para que a amamentasse. A nova mamãe ficara sem palavras, somente observando quão linda era a criança, perfeita, sem nenhum defeito. E chamou-a por “cheia de luz” (Lumina).
         A pequena Lumina foi crescendo, e em tudo se demorava, à andar, à falar, até mesmo à brincar. Mas aos cinco anos tudo se normalizou, ou quase tudo. Lumina na realidade era só tristeza! A menina não via nada de bom na vida, não queria mais brincar, relutava a comer... E deixou sua mãe preocupada, sem entender a promessa de seu sonho, que a garota traria muita felicidade. Com isso ela se desgostou da filha, não dava mais carinho, nem cuidava como deveria. Lumina começou a gostar de ficar sozinha, queria cada vez mais caminhar desacompanhada pelos bosques em busca de algo que nem sabia o que era. E em uma de suas saídas pela floresta ela se perdeu... Perdeu-se ouvindo alguém chamá-la! Mas não era uma simples convocação, era um canto! Era música aos seus ouvidos, tão bela que a fazia rodopiar pela trilha, dançando e esvoaçando seus cabelos pela mata. A cada passo que dava a sua alegria aumentava, era um grande poder, que iluminava a floresta cada vez mais, transformando-a aos poucos. Pó iluminado caia de suas vestes, enquanto ela chegava ao seu ponto final, começava a desaparecer, sumindo aos olhos do mundo, e entrando em sintonia com o lugar onde o passarinho que dizia “Luúminaá” estava.
         - Nossa vovó! E os pais dela? Como ficaram? Ela morreu?
         - Eles notaram que ela havia desaparecido e fizeram buscas pela floresta, e somente o que encontraram foram pequenos grãos de luz espalhados pelo chão em uma trilha que não ia a lugar algum. No começo a tristeza fora grande, mas aos poucos os pais entenderam que a felicidade não deve ser procurada, que ela está embaixo do nosso nariz, que nós devemos ser felizes pelo que temos e cuidar do que amamos. Não deixar o que gostamos desaparecer como a Lumina. Foi duro para eles ter que aprender perdendo. Ainda é.
         - Mas vovó, a Lumina é uma lenda? Ou é verdade o que aconteceu?
         - Dizem que quando uma criança está muito triste, Lumina aparece dentro da floresta a chamá-la, para trazer felicidade para ela... É o que me falam... Então por favor, nunca fique triste, eu não suportaria...
         E dentro do coração da velha senhora, a lembrança da última vez que vira sua pequena Lumina, enquanto uma lágrima escorria por sua face.


De minha autoria, 07/03/2011

(500) Days of Summer

Tirei o dia para assistir os filmes que vivo dizendo que vou assistir com meu querido e único irmão, Yoann, detalhe: sem ele. Quando eu tenho tempo, ele sai com a namorada (eu ter tempo? ah, é feriado!)...
Então vi minha listinha de filmes... Qual escolher? Já marquei tantos! O que ganhou foi "(500) Days of Summer" (500 dias com ela). Não só por ser o primeiro da lista rsrs É que ontem mesmo eu vi uma propaganda dele. Comprei uns salgadinhos e algumas coisas que não combinam para beber, mas que eu estava com vontade rsrs E fui assistir. O filme tem tudo para ser muito ruim, é o que no início ele mesmo deixa claro! Eu não queria assistir nenhum filme romântico, mas a idéia do filme pareceu fixa em mostrar que tudo ia dar errado e que ia ter lição de moral, e isso me cativou. Eu realmente me sinto no dever de comentar sobre esse filme, se vocês não tiverem assistido, parem de ler pois vou falar sobre TODO o filme. Ou continuem a partir de agora... =)

Tom é um homem normal, cheio de esperanças... Alguém que acredita no amor, arrebatador, aquele do estilo "take my breath away". Como muitos(as). Summer é alguém frustrada pelo passado, alguém sem esperanças e que não quer nada sério. Como muitos(as). Eu não sei como você se sentiu ao ver o filme, só sei que eu me senti várias vezes nos dois papeis. Na vida nós passamos por cada uma, às vezes nos encontramos insanos por uma paixão avassaladora, até obsessiva (Tom), e em outras fases não acreditando mais em nada (Summer). Então começa o filme, nos envolvemos com o absurdo que a Summer faz o Tom passar, mesmo ela avisando a ele, mostrando bem a fundo o seu ser. Tom cria várias ilusões, o seu sonho é estar para sempre com Summer. Ele acaba se frustrando tanto com o relacionamento que acaba se vendo como a Summer, enquanto os seus amigos e sua irmã dizem que "há muitos peixes ainda por ai", e ele acaba crendo que na realidade Summer estava certa, que não existe o amor, que não existem caminhos cruzados, que só resta a solidão. Até que ele vê Summer nada menos que NOIVA! Já era difícil pra ele esquecê-la como aquela que não queria relacionamento com ninguém, imagina ele vendo ela com aquele anel que podia brilhar de longe! Tom entra em depressão, sai do emprego, não entende mais nada e vegeta um pouco. Até que resolve dar continuidade à vida, mesmo sem acreditar mais no amor. O encontro de Summer com Tom ela já estando casada é perfeito, a explicação dela é de doer em qualquer coração, mas é necessária. Ela sempre disse isso, mas não com essas palavras, o que acabava criando ilusões no coração de Tom. Tom só lembrava dos bons momentos, estava cego. Mas isso o fez enxergar, o que ele não queria ver. É duro saber que não é amado e nunca foi por quem se ama, e se for como a música diz: "If that boy don't love you by now, he will never ever, never ever love you" então é que complica mesmo. Eu queria falar bem mais coisas sabe, sobre o filme, sobre isso de ele ter se apaixonado pela aparência dela (afinal ele nem a conhecia...), sobre ela ter alimentado as ilusões dele ( o que é terrível, acaba com qualquer um) mas só de citar esses tópicos já se entende o que eu quis dizer. E por último, eu queria dizer que também me senti no papel de Autumn, aquela que o observa e gosta do que vê (não em termos de aparência, ela viu que ele também gostava do mesmo lugar que ela), aquela que vem depois, o recomeço. Mas hoje, sinceramente posso dizer que não sei o quanto vai durar isso de eu ser Autumn, talvez amanhã eu seja o Tom quebrado de ilusões e depois a Summer, desacreditada. Sentimentos são assim mesmo... Estou naquilo "gosto, mas vejo a realidade nua e crua...". Acho que todos nós passamos por esses papeis e quero deixar exposto aqui que realmente tem outros peixes nesse longo mar, que todas as vezes que não dá certo nós devemos colocar a bola pra frente e aprender com os nossos erros, e o mais importante, tentar não ficar em estado vegetativo por muito tempo kkk E como eu disse, hoje estou me sentindo a Autumn do triângulo amoroso, mas amanhã, amanhã... Só Deus sabe.

E esse post eu dedico ao meu querido amigo Lucas, que nem sabe que me incentivou um dia desses a voltar a ter um blog. Lucas, você também não pode parar de escrever, viu?! Sei que nós dois não temos tempo para nada, mas faça como eu: de vez em quando, nesses feriados, por exemplo rsrs Eu espero que tudo dê certo, para nós dois.

Bjobjo.

Regras básicas de sobrevivência na vila...

Vou logo deixar claro algumas regrinhas básicas como...
  • Eu não quero fazer um post atrás do outro... Isso cria dependência nos leitores... Mas como não tenho nenhum leitor (ainda), vou abrir uma exceção hoje (se por acaso alguém vier a ler esse texto, fique sabendo que não gosto de comentários como: "já tá na hora de escrever de novo hein? já faz um mês"... Ninguém gosta de cobrança, seja de luz, água, telefone ou mesmo do amor da sua vida =P)
  • Como esse espaço é meu, decidi que ele vai ser bem variado. Você pode ver uma poesia em um dia, pode ver um desabafo no outro, uma piada ou o que der na telha. Então se você não gostar, se eu for mandona, dona da verdade, ou humilde demais pro seu gosto, é só apertar "Próximo blog" lá em cima =)
  • Eu tento ao máximo escrever pouco, eu sei bem da preguiça que dá ler um texto enorme, mesmo que seja interessante... Mas vão ter dias que ninguém me segura =P
  • E por fim, sempre que eu tiver necessidade de colocar mais regrinhas, editarei esse post e lhes avisarei ;D
Bjo bjo.

Poeira...

Estou me sentindo como as lembranças guardadas nas minhas caixinhas secretas... Estou cheia de poeira, viajei por muitos cantos através do meu pensamento, baguncei e reorganizei... Me perdi dos meus diários, das minhas fotos, pinturas, esculturas, danças e cantos... Estive vazia e me enchi, engordei e emagreci. Passei pelos mistérios, crônicas, minhas personagens, mas agora estou de volta, à minha vila, em plena lua nova, escutando sussurros à meia noite...